FATORES LIMITANTES À REALIZAÇÃO DE EXAMES PROSTÁTICOS E O POSICIONAMENTO QUANTO À REALIZAÇÃO DO RASTREAMENTO POPULACIONAL

Jorge Luís Santos Barbosa, Paulo Fernando Kitadani, Tatiane Ferreira Petroni

Resumo


No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum em homens ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estima-se que entre 2018-2019 ocorrerá o surgimento de 600 mil novos casos de câncer, sendo desse total cerca de 68.220 de câncer de próstata, correspondendo a um risco estimado de 66,12 novos casos a cada 100 mil homens. Em sua fase inicial, a doença não apresenta sinais ou sintomas, tornando difícil a  detecção precoce. Dentre os sintomas mais frequentes é possível destacar jato urinário fraco, disúria, hematúria e dor nos ossos predominando a região do quadril e lombar. Seu diagnóstico é realizado através da dosagem sérica do Antígeno Prostático Específico (PSA) seguido de toque retal, ultrassonografia transretal e biópsia do tecido prostático. Apesar do não conhecimento de sua etiologia natural, é recomendado a adoção de hábitos saudáveis tais como exercícios físicos, evitar gordura principalmente de origem animal, evitar o tabagismo e alcoolismo. Vários obstáculos são encontrados à realização de exames para o diagnóstico precoce de câncer de próstata devido a fatores culturais referentes à doença tais como, preconceito contra a doença, crenças antigas (masculinidade) e principalmente o exame clínico do toque retal, fazendo o homem  não procurar os serviços de saúde, tornando difícil uma detecção precoce do CA de próstata. Esta revisão busca trazer informações a profissionais e a população em geral sobre a etiologia, patologia, sintomas, diagnóstico e identificar os principais fatores limitantes à realização de exames prostáticos pelos homens.


Palavras-chave


Câncer de próstata; Diagnóstico; Epidemiologia; Fisiopatologia; Rastreamento

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