ENTRE A PADRONIZAÇÃO E A “ARQUITETURA DO IMPROVISO”: ESTUDO SOBRE O CENTRO TRADICIONAL DE RIBEIRÃO PRETO E DE PRESIDENTE PRUDENTE – SP

Bárbara Pozza Scudeller, Eda Goés

Resumo


Na pesquisa que deu origem a esse artigo, nos apoiamos nas relações entre tempo e espaço para abordar questões relacionadas às mudanças do consumo, desde os anos 2000, em cidades médias, e suas relações com a produção do espaço urbano. Os resultados apresentados foram produzidos com base nos estudos de caso dos centros de Presidente Prudente e Ribeirão Preto (SP), a partir do processo de ampliação do acesso ao consumo e ao crédito que ocorreu entre 2003 e 2010, durante os governos de Luis Inácio Lula da Silva. As observações de campo nos centros dessas cidades possibilitaram identificar a predominância da “arquitetura comercial de transição” (VARGAS, 1999), que resulta do desenvolvimento varejista não planejado, utilizando de edificações antigas, ou até mesmo históricas, para instalar novos empreendimentos comerciais, mas também a ampliação da presença das redes de lojas e das agências bancárias com sua arquitetura padronizada. A “requalificação” dos “calçadões” e de suas áreas adjacentes e as reformas de lojas de rede – sobretudo as populares – foram algumas das mudanças observadas nos centros tradicionais de ambas as cidades estudadas, que envolveu também mudanças em relação ao marketing.

Palavras-chave


Cidades médias; Arquitetura comercial de transição; Centro tradicional; Presidente Prudente; Ribeirão Preto

Texto completo:

PDF

Referências


BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 2003.

CALVINO, I. As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CALDEIRA, T. P. R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp, 2000.

CASTELNOU, Antônio. Arquitetura Art Déco em Londrina. Londrina: Atrito Art, 2002.

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. SP: Perspectiva, 2013.

KOHLSDORF, M. E. A apreensão da forma da cidade. Brasília: Editora UNB, 1996.

NERI, Marcelo. A nova classe média. São Paulo: Saraiva. São Paulo, 2011.

SENNETT, R. O declínio do homem público. As tiranias da intimidade. Rio de Janeiro: Cia das Letras, 1998.

SOUZA, J. Os batalhadores brasileiros. Nova classe média ou nova classe trabalhadora? Minas Gerais: Ed. EFMG, 2012.

SPOSITO, M. E. B. Cidades médias: espaços em transição. São Paulo: Expressão Popular. São Paulo, 2007.

SPOSITO, M. E. B. e GÓES, E. M. Espaços fechados e cidades. Insegurança urbana e fragmentação socioespacial. São Paulo: Editora da UNESP, 2013.VARGAS, H. O Espaço Terciário. O lugar, a arquitetura e a imagem do comércio. São Paulo: SENAC, 2001.

VARGAS, H. e MENDES, C. O comércio não planejado e a arquitetura comercial de transição. Porto Rico: EIRASS, 1999.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.